7334873SZ Após a morte da mãe há seis anos, Carter e Sadie Kane não souberam mais o que é ter uma família completa. O menino, hoje com 14 anos, passou a viver com o pai e sua casa era o mundo. Dr. Julius Kane, o pai, é egiptólogo, estava sempre pulando de um lugar ao outro. A escola de Carter era o pai, que repassava ao filho tudo o que pensava ser interessante e importante para sua formação.

Eu também leio muito (...) porque passo bastante tempo sentado em hotéis, aeroportos e sítios de escavação em países onde não conheço ninguém. Meu pai estava sempre me dizendo para deixar o livro de lado e ir jogar bola. Você já tentou encontrar alguém para bater uma bolinha em Assuã, no Egito? Não é fácil. Página 12

Já Sadie, de 12 anos, morava com os avôs maternos e tinha uma vida aparentemente normal, com escola, amigas, passeios e com a companhia de sua gata, Muffin. Uma briga depois da morte da mãe resultou nessa separação e por causa dela, Sadie só via o pai duas vezes por ano, uma no calor e outra no frio. Dona de uma personalidade ímpar, a garota não mede palavras, fala tudo que vem na telha e fala na lata, é cheia de bom-humor e bastante extrovertida. Sem contar que é um tanto sarcástica.

Os cabelos eram longos, pretos, emaranhados – bastante despenteados, mas eu gostava (...) Tentei pensar em alguma coisa para dizer. Como? Oi? Quer casar comigo? Qualquer frase teria servido. Mas tudo o que consegui fazer foi sacudir a cabeça. Página 156

Carter é mais contido, mais sério e, por sua vez, é dono de um conhecimento incrível, principalmente sobre o Egito, objeto de pesquisa de seu pai. Mas vocês devem querer saber o motivo de eu apresentar esses dois personagens, não é? Bem, são eles quem nos contam toda a aventura das 448 páginas de A Pirâmide Vermelha, livro de Rick Riordan.

Tudo bem, Sadie está me dizendo para parar de enrolar e continuar com a história. Bom, acho que tudo começou em Londres, na noite em que o nosso pai explodiu o British Museum. Página 11

Carter e Sadie jamais imaginaram como suas vidas poderiam virar de ponta cabeça de uma hora para outra. Bem, o dia não começara tão comum, Sadie receberia a visita do pai e do irmão, o que ocorria muito pouco. Mas o desenrolar desse encontro foi completamente inesperado e inusitado.

Julius é reconhecido nos museus, seus trabalhos são valiosos e por isso ele consegue chegar onde muitos, mas muitos mesmo, nem sonham. Naquela noite ele estava diante da verdadeira Pedra de Roseta - A Pedra de Roseta é um bloco de granito negro que contém inscrições egípcias antigas e foi fundamental para a compreensão dos hieróglifos egípcios -, um objeto de imenso poder. Ao colocar em prática o seu plano, Julius explodiu a Pedra, e o Museu, foi aprisionado por um deus do mal, o Lorde Vermelho, Set. E assim, deixou o futuro da humanidade nas mãos de seus dois filhos.

Os irmãos que até então mal se conheciam precisaram se unir, conhecer seus poderes, lidar com eles, tudo enquanto são perseguidos por Set e pela Casa da Vida, que acredita que os dois merecem morrer. Se eu passar daqui vou contar o que não devo.

O livro é uma viagem incrível por toda a cultura e mitologia egípcia. Deuses, monumentos, mitos, demônios, estão todos juntos nessa obra maravilhosa. Muitos falam que a narrativa é muito semelhante à de Percy Jackson. Mas como eu só li o primeiro livro da série, não encontrei as possíveis similaridades que incomodaram alguns. E fiquei muito empolgada com o jeito que o autor encontrou para passar a estória adiante.

A narração é feita em primeira pessoa e como se fosse transcrita de uma gravação. Carter e Sadie revezam a tarefa de contar tudo o que passaram e o que sabem, tudo de forma muito engraçada, com direito a intromissões com opiniões de um no trecho do outro.

Ah, e não posso esquecer de contar que adorei Khufu e Filipe da Macedônia, até os queria para mim. Mas é melhor deixar eles só no livro mesmo. E o final foi surpreendente, embora eu desconfiasse de algumas coisas antes, mas jamais imaginei o fim. Foi uma leitura leve, divertida e bem gostosa.

Para todos os meus amigos bibliotecários, defensores dos livros, verdadeiros mágicos da Casa da Vida. Sem vocês, o escritor estaria perdido no Duat. Dedicatória do livro

Agradeço à Patty por proporcionar esta leitura tão divertida, pois este é um Livro Viajante – que já partiu para a próxima leitora em Rondônia. Beijos!