23817363_4 Quando terminei de ler o excelente Jogos Vorazes fiquei logo pensando o que teria no segundo livro da trilogia, porque o primeiro livro foi tão bom, mas tão bom, que se garantiria por si só. A história poderia ter terminado daquele jeito se a autora quisesse. Claro, que para quem tanto gostou do livro e se afeiçoou aos personagens, aquele fim talvez não fosse tão completo, mas ele se sustentava. Acho que vocês entenderam o que eu quis dizer.

Então comprei Em Chamas e fiquei em êxtase porque eu o tinha e poderia conhecer um pouco mais do futuro de Katniss e companhia. Não sei por que cargas d´água eu o deixei na estante por tanto tempo antes de pegá-lo para ler. Acho que era porque eu ainda não tinha A Esperança, talvez, ou foi por medo de não gostar da continuação de um livro que se tornou um de meus favoritos. Pode bem ter sido isso.

Depois de terminar a leitura me arrependi amargamente por não tê-lo lido antes e também por não ter comprado ainda o terceiro e último livro. A notícia boa é que quando fui contar ao maridão tudo que aconteceu no livro e o fim dele, ele viu como eu estava eufórica, daí dei uma olhada à la Gato de Botas do Shrek e disse que pena que eu não tinha o outro livro, resultado: ele vai me dar de presente! Dança da comemoração.

Por isso eu amo o Gato de Botas, quase sempre dá certo imitá-lo. Voltando ao livro, acho que com o lançamento do filme e tudo mais, é difícil quem ainda não saiba sobre a história e o fim de Jogos Vorazes, porém, vou tentar não dar spoiler a não ser o que vem na próxima frase – então se não leu o primeiro livro nem viu o filme, muito menos quer saber, pule. Em Chamas começa nos situando de como está a vida de Katniss e Peeta depois da arena, ricos, morando na vila dos vitoriosos, com casas cheias de luxo e sem ter muito o que fazer durante todo o dia.

Uma coisa é certa, se eu ficasse rica assim, ficaria coçando e não caçando, como já comentei por aqui antes em um Mix de Sexta. Mas eu entendo que uma hora a gente cansa de tanto coçar. Pena que não há livros para se passar o tempo, nem internet, né? Com a vida do pessoal do Distrito 12 seguindo normalmente fiquei pensando o que poderia acontecer para chacoalhar o livro, né? Porque não poderia ficar naquilo ali.

Se pudesse escolher, tentaria esquecer por completo os Jogos Vorazes. Jamais falaria neles. Fingiria que não eram nada além de um sonho ruim. Mas a Turnê da Vitória torna isso impossível. Estrategicamente situada quase entre um jogo e outro, ela é uma maneira de manter o horror vivo e presente. Não apenas nós, residentes dos distritos, somos forçados a nos lembrar da mão de ferro do poder da Capital a cada ano, como também somos forçados a comemorá-la. E esse ano eu terei de viajar de distrito em distrito para aparecer diante das multidões entusiasmadas, que secretamente me odeiam, para olhar bem nos rostos dos familiares cujos filhos eu matei. Página 10

Eis que vem o primeiro baque, a visita do Presidente Snow com todo seu charme, delicadeza e ameaças. Alarmando sobre as consequências do ato final de Katniss na Arena, aquilo foi a fagulha que faltava para incendiar uma população insatisfeita com o rumo de suas vidas e com controle terrível da Capital. Era melhor ela dar um jeito de controlar aquilo ou então cabeças iam rolar, literalmente. Então veio a turnê dos vitoriosos, passando por todos os Distritos e encenando o melhor possível, pena que todo o esforço não foi o suficiente, a chama já estava acesa.

Foi então que veio o maior baque de todos os tempos. Nunca, jamais, na minha vida eu imaginaria que a história chegaria a esse rumo. Achei brilhante e ao mesmo tempo uma pura sacanagem com nossos coraçõezinhos. E se eu não podia ficar grudada no livro antes, depois disso, dei um jeito e não larguei mais, só quando era estritamente necessário. Suzanne causa esse efeito nos leitores. Você fica hipnotizado e não descansa até saber o fim. Incrível.

Algumas pessoas podem não concordar com o que vou “dizer” agora, mas para mim até agora Gale não fedeu nem cheirou. Tudo bem que ele pode ser o cara que sempre esteve ao lado de Katniss, a apoiando, ajudando a colocar comida em sua mesa e tudo mais. Mas concordo muito com o Haymitch quando ele disse para Katniss que ela teria que nascer de novo para merecer o Peeta. Sei também que não mandamos no coração, ele geralmente é bem burro e quer quem não o merece. Peeta é um fofo, um príncipe encantado do futuro. Quem não gostaria de estar ao lado dele? Sentir-se segura, amada e tudo o mais?

Ah, gostei muito dos novos personagens também, principalmente do Finnick, né? Que, vamos combinar, é uma outra fonte de piriguetagem total.

Não posso negar que Finnick é uma das pessoas mais impressionantes e sensuais do planeta. Mas posso honestamente dizer que nunca me senti atraída por ele. Talvez ele seja bonitinho demais, ou talvez seja fácil demais de se conseguir, ou talvez seja fácil demais de se perder.

Enfim, Suzanne está de parabéns por conseguir fazer com que a continuação de Jogos Vorazes seja tão boa quanto ele, que traga motivos de discussão, reflexão, unhas roídas, paixonites e mini ataques cardíacos. É eletrizante, sensacional. Leia já se ainda não leu! Não perca mais tempo, como eu fiz.

Sobre o filme

Em Chamas, sequência de Jogos Vorazes, que tem estreia marcada para 2013 e deve começar a ser filmado ainda este ano, será dirigido por Francis Lawrence. Embora a Lionsgate tenha feito ofertas para diretores renomados como David Cronenberg e Alfonso Cuarón, parece que as negociações não deram certo, de modo que os estúdios tiveram que recorrer ao nome menos conhecido de Lawrence.

A escolha do diretor não parece ser exatamente a mais segura: embora ele tenha dirigido o sucesso Eu Sou a Lenda, seus outros filmes foram fracassos comerciais, como Água para Elefantes e Constantine. Com esse currículo, Lawrence ainda é mais conhecido pela direção dos videoclipes de Britney Spears, Jennifer Lopez e Janet Jackson. Mas diante de uma franquia tão lucrativa (Jogos Vorazes já faturou US$373 milhões, sendo uma das 20 maiores bilheterias da história), com certeza a Lionsgate ficará de olhos bem abertos para esta nova produção.

Enquanto isso, Gary Ross, diretor do primeiro episódio de Jogos Vorazes, está negociando para um novo projeto, o filme Houdini, uma biografia do famoso ilusionista do final do século XIX. Ross tinha sido convidado para dirigir Em Chamas, mas o diretor, conhecido pelo grande tempo de preparação que exige em cada projeto, alegou que não teria tempo hábil para desenvolver o filme como queria, e preferiu recusar a oferta.

Fonte: AdoroCinema - Slash Film - Screen Rant

Beijos e um excelente dia!!