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Gente, Sophie Kinsella é minha ídola. Eu estava super pra baixo no fim de Antes que eu vá e precisava muito de alguma história para cima, engraçada. Logo pensei na SK, mas era o último livro dela que eu tinha para ler em casa. Depois a Miloca também indicou ele e eu me joguei em O Segredo de Emma Corrigan. Alguma dúvida de que me diverti horrores?

Emma é hilária!! Muda de profissão praticamente uma vez por ano ou menos, vive prometendo coisas e cruzando os dedos atrás do corpo, compra roupas de marca em brechós e arrasa no visual, fica meio em segundo plano na sua família, que tem Kerry – sua prima que foi morar com eles quando criança – como heroína, e quer muito dar orgulho para seus pais. Ah, ela também tem um namorado que a faz lembrar muito o Ken da Barbie, Connor.

No momento, Emma está na carreira de marketing e já são 11 meses nela. Ela trabalha na Corporação Panther e finalmente ganhou uma chance de fazer algo realmente grande, não só fazer cópias e servir cafés. Ela vai fechar um acordo em Glasgow com a Glen Oil. Está tudo acertado, basta apertar as mãos do pessoal de lá e pronto. Ela nem entende tudo que o homem fala na reunião  até que ele menciona revisão de conceito e reestruturação da marca e ela fica aflita. Isso não pode estar acontecendo!! Bom, mas acontece. Ela não garante o acordo e terá que voltar para Londres como uma fracassada. Mais um para a sua lista.

No aeroporto ela bebe umas três doses de vodka, se lamenta pelo telefone com sua amiga e quando vai pegar o avião, uma comissária que ouviu tudo que aconteceu, cede um lugar na classe executiva para ela. Que sonho! Pelo menos uma vez, né? Então, Emma aproveita tudo que a classe mais chique oferece. Ela está sentada ao lado de um americano, ele nem dá bola para ela, só olha pela janela. No meio do caminho, o avião passa por fortes turbulências, chacoalha muito e a morte de Emma é certa, pelo menos na cabeça dela.

É nesse momento que ela abre a boca e conta todos os seus segredos para o cara do banco do lado, algo como:

  1. Eu nem sei se tenho um ponto G;
  2. Não sei o que significa logística;
  3. Nunca vou ser promovida;
  4. Devo quatro mil pratas ao meu pai;
  5. Nunca me apaixonei de verdade;
  6. … às vezes eu molho aquela planta dela com suco de laranja, pra ela ver o que é bom;
  7. O café no trabalho é a coisa mais nojenta que alguém já bebeu, um veneno absoluto;
  8. Uso calsinhas fio-dental porque não marcam, mas é tão desconfortável;

E muito mais…

Toda vez que o avião treme ou dá um pulo outra torrente de palavras sai aleatoriamente da minha boca, como água jorrando numa cachoeira. Página 31

E eis que o avião pousa em segurança. Agora o estranho do avião sabe todos os seus podres, mas ela nunca mais vai vê-lo, então, tudo bem. Emma segue com sua vida e vai morrendo de medo para a empresa no dia seguinte a um almoço turbulento na casa de sua mãe. Chegando lá há uma muvuca, as pessoas estão afobadas e ela descobre que o chefão está chegando, o dono de uma grande parte da corporação.

Jack Harper é um gênio e junto com seu amigo Pede Laidler, agora falecido, fundou a empresa. Uau, que visita ilustre. Todo mundo está em êxtase, inclusive Emma e ela ficou assim só até ver quem era Jack Harper, que obviamente, era o desconhecido do avião. O cara para quem ela contou todos os seus podres, inclusive que alterou uma nota no seu currículo, é o chefe dela!

Ele vai me demitir. Vou ter uma ficha desonesta e ninguém nunca mais vai me dar emprego, e vou terminar no documentário sobre “Os Piores Trabalhos da Grã-Bretanha”, limpando bosta de vaca e dizendo toda alegre: “Na verdade, não é tão ruim.” Página 78

Eu ri muito, porque Jack também é sacaninha e fica dando indiretas sobre os segredos dela. Ela quase morre! E nunca vi uma personagem causar tanta vergonha alheia como Emma. Pobrezinha. Agora a meleca está feita e ela só precisa aguentar uma semana até ele voltar para os Estados Unidos e ela não precisar vê-lo novamente. Será?

Jack admira Emma, porque na empresa inteira ela é a única que não o trata com falsidade, querendo se mostrar melhor do que é, até porque ela não tem nem a chance de fazer isso, ele sabe tudo! E por confiar nela, saber que ela dirá a verdade, os dois começam a ficar mais próximos. Jack é charmoso e uma ótima companhia, quando quer. Só que também sabe ser inconveniente, fica palpitando na vida de Emma, principalmente a amorosa, achando que a conhece melhor que todo mundo, o que, afinal, pode ser verdade.

Alguns rostos são simpáticos, alguns curiosos, alguns jubilosos e alguns apenas tipo “Meu Deus, ainda bem que não sou você”. Página 278

Bom, o fato é: esse livro é excelente! Li muito rápido e não conseguia largar. Como comentei no último Mix de Sexta, eu dizia que ia ler até o fim da página e quando me dava conta já tinha lido mais três. Jack é um personagem bastante misterioso, mas carismático, que conquistou a leitora aqui completamente. Emma é um caso a parte. Que protagonista incrível. Ela é doida, sim. Mas é sensacional e talvez seja essa loucura que a torne assim. Sua mania de cruzar os dedos atrás do corpo é ótima. E Lissy, sua melhor amiga e companheira de apartamento também é uma fofa. Já Jemima – que raio de nome é esse? – que também divide o apê, é uma psicopata. Só pensa em ter uma pedra no dedo, colocada, é claro, por um homem bastante rico.

Se ninguém mais estivesse aqui eu iria até o aparelho de TV e lhe daria um beijo. Sério. Página 271

A história é cheia de personagens, mas cada um tem sua peculiaridade e sabe ser marcante. O enredo é muito engraçado e o fim, ai meu Deus, é perfeito. Eu fiquei suspirando e querendo mais. Super hiper mega máster recomendado! Vou parar por aqui ou a resenha vai ficar quilométrica. Leiam!!

Beijos!