Preço do amanhã Na busca por mais um filminho para assistir, eu e o maridão acabamos parando em O preço do amanhã. Já havia visto o trailer, que tinha me deixado curiosa. Justin Timberlake é o protagonista e ao longo do filme um time de rostinhos conhecidos se juntou ao dele, como o de Olivia Wilde, a Treze de House; Amanda Seyfried, de A Garota da Capa Vermelha, Querido John, Cartas para Julieta e mais; Johnny Galecki, o Leonard de The Big Bang Theory; Alex Pettyfer, de A Fera e Eu sou o número Quatro; Cillian Murphy, de Tron e A Origem; e o lindo Matt Bomer, de White Collar, que também fez uma pequena participação em Glee.

Para alguns serem imortais, muitos precisam morrer.

O filme se passa em um futuro não tão distante em que as pessoas são modificadas para viver até os 25 anos – a aparência fica estagnada aí -, a partir disso elas têm que correr contra o tempo para viver mais. Tempo é dinheiro, de verdade, e a sociedade ainda está dividida entre os que têm muito e os que não têm ou têm muito pouco. Os ricos, obviamente, podem viver eternamente, já os pobres trabalham e muito para sobreviver um dia a mais. Nesse contexto entra o personagem de Justin, Will Salas. Ele é trabalhador, sempre tem poucas horas até receber o pagamento do dia – que não alivia tanta coisa assim –, o mesmo ocorre com sua mãe, Rachel. Seu pai morreu anos atrás. Will tem dentro de si uma generosidade enorme e mesmo tendo pouco quer ajudar os outros. O que consequentemente traz problemas para ele.

in-time-4 Assim como há os ladrões de dinheiro, naquele futuro há também os ladrões de tempo, comandados por Fortis. Não se pode dar bobeira. Mas Henry Hamilton dá e não parece se importar. Em um bar, com trocentas horas disponíveis, ele esbanja e paga bebidas para todos, o que chama a atenção do grupo de Fortis. Will está resgatando seu amigo de  lá quando decide que salvará Henry, deixando Fortis e sua trupe loucos de raiva. Acontece que Henry já viveu demais e cansou disso. Enquanto Will dorme, ele transfere suas horas para ele e o deixa com poucos minutos, apenas o necessário para chegar até a ponte mais próxima e ver o nascer do sol.

Will não acredita no que vê em seu braço – pois é, a quantidade de tempo de cada um aparece no braço –, depois que não consegue salvar Henry pela segunda vez, ele ruma para ajudar as pessoas próximas de si. Dá dez anos para o amigo e parte para o encontro da mãe, só que é tarde demais. A partir daí, Will segue para a “cidade grande”, onde os ricos vivem e chama muita atenção. Principalmente do magnata Philippe Weis. Will ganha uma bolada do cara no jogo e aumenta sua quantidade de tempo, dá até para gastar quase 60 anos em um carro, vejam só. O tempo de Will rende um convite para uma festa na casa do ricaço. Philippe tem uma filha, Sylvia, que anda sempre com seguranças pela quantidade de tempo que tem. Assim que se veem, ela e Will sentem atração um pelo outro e a safadinha chega até a nadar pelada com ele.

in-time-century-fox01 Linda!!

Mas a felicidade deles dura pouco, já que não demora muito para o corpo de Henry ser encontrado e as câmeras mostrarem Will na ponte. Então, os guardiões do tempo começam a perseguí-lo pelo crime que não existiu. No desenrolar, para se livrar dos “policiais”, Will sequestra Sylvia e juntos – não imediatamente, claro – eles formam uma arma poderosa contra o sistema e a organização que comanda o futuro das pessoas. Afinal, Sylvia sente na pele que o tempo realmente custa a vida e que os ricos vivem demais enquanto os pobres morrem precocemente. Ambos precisam se esquivar tanto dos guardiões do tempo quanto dos ladrões, que querem vingança de Will.

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Com isso de tempo ser dinheiro, os ricos dominam tudo, o que não é muito diferente de hoje. Eles conseguem viver por muito tempo e o mundo tende a ficar superpopuloso, então nada melhor do que deixar os pobres morrerem aos montes, né? Chocante, mas é verdade. Will frequentemente vê corpos pelo chão no bairro pobre em que vive, nem todos conseguem o tempo suficiente para mais um dia, ainda mais quando praticamente todos os dias os preços dos produtos, transportes, juros de empréstimos e tudo o mais sobem. Basta o ponteiro chegar no zero e puff, a vida se esvai da pessoa. Simples assim, sem nem uma segunda chance.

O roteiro me agradou bastante, curti essa história futurística que tem influência de clássicos como os dos famosos Bonnie e Clyde e também de Robin Hood.  Existem uma falhinhas aqui e ali, mas nada que tenha feito eu gostar menos do que vi. O filme é eletrizante do começo ao fim, seja acompanhando os pobres lutando por mais minutos ou curtindo a aventura e muita ação proporcionada pelo casal principal. Uma coisa que eu não gostei foi a cena final, achei forçada demais. Mas mesmo assim, o conteúdo todo é muito bom e nos faz pensar muito no tempo e no que fazemos com ele. Ah, e o elenco também serve como um colírio para os olhos, né? Tanto para as mulheres quanto para os homens.

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Curiosidades

- O Preço do Amanhã nasceu a partir da ideia de dar uma nova roupagem para o clássico Fuga no Século 23(1976), transformado posteriormente no seriado de televisão Logan's Run (1977-1978);
- A história original foi adaptada do livro de William F. Nolan e George Clayton Johnson, publicado em 1967;
- Inteiramente rodado em Los Angeles;
- O filme chegou a ser chamado de I'm.mortal e depois Now. Mas o título original é In Time;
- Apesar de ser mais nova que ele na vida real, a atriz Olivia Wilde faz papel de mãe do personagem de Justin Timberlake;
- Antes de Andrew Niccol (O Senhor das Armas) acertar sua presença como diretor e roteirista, outros nomes estiveram associados ao projeto, como o diretor de comerciais Carl Rinsch, o cineasta Bryan Singer (X-Men - O Filme), Robert Schwentke (Plano de Vôo), James McTeigue (Ninja Assassino) e Joseph Kosinski (Tron - O Legado);
- O produtor Joel Silver (Sherlock Holmes) chegou a ser cogitado para este projeto, mas em seu lugar assumiram o controle Marc Abraham (Madrugada dos Mortos), Eric Newman (Seres Rastejantes) e o próprio diretor;

Beijos e uma ótima quarta-feira. ^^