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Não conhecia Sarah Addison Allen até a Lu e a Miloca elogiarem muito os livros da autora. À primeira vista, as capas dos livros já instigam e enchem os olhos, porque são lindas!!! Restava saber se o conteúdo também seria assim, o que eu tinha 99% de certeza que seria, afinal, eu e as gêmeas temos alguns gostos e opiniões bem parecidas. A oportunidade de comprar as obras de Sarah não surgiram, mas as lindonas citadas no início do texto combinaram e me deram de presente de aniversário um livro de cada da autora. Felicidade em nível máximo.

O primeiro deles eu li bem no início do ano, o que ganhei da Lu, Encantos do Jardim e posso afirmar seguramente que Sarah entrou para o hall dos meus autores favoritos, isso tudo com a leitura de apenas uma obra escrita por ela. O livro é encantador, mágico e tem personagens com medos bem reais, com problemas também reais e um passado que nem sempre é bom de reviver. Personagens incríveis, engraçados e certeiros, como a querida Evanelle. Já chego lá.

Para se encantar com a história criada por Sarah, você tem que ter a mente aberta, acreditar na magia. Magia que a família Waverley tinha no sangue e no quintal. O livro aborda essa família diferente. Claire é uma das protagonistas deste livro, uma mulher que passou por muita coisa na vida e que só quer fazer bem seu trabalho. Quando criança sua mãe engravidou novamente e logo se jogou no mundo, deixando as duas filhas aos cuidados da mãe. A avó sempre foi o porto seguro de Claire, ensinou a ela os segredos das plantas e tudo o que ela sabia. Claire recebeu da avó a sabedoria de sua velhice e deixou sua irmã Sidney de lado. Sidney por sua vez, não se sentia encaixada naquela cidade, não aceitava seu dom e muito menos que sua família fosse assim tão diferente, logo seguiu os passos da mãe e sumiu, levando consigo os segredos da juventude passados por sua avó.

Claire é uma banqueteira de sucesso em Bascom e seu dom também tinha uma ponta de culpa nisso. Ela é excelente no que faz, mas era completamente solitária, a não ser por Evanelle, uma prima idosa, que também tem seu próprio dom.

Os negócios iam bem, porque todos os habitantes da cidade sabiam que os pratos feitos com as flores que cresciam em volta da macieira no jardim da família Waverley podiam afetar o comilão de maneiras curiosas. As bolachas com geleia de lilás, os biscoitos de chá de alfazema e os bolos para chá feitos com maionese de capuchinha encomendados para as reuniões mensais das Mulheres Unidas davam a elas a capacidade de guardar segredos. [...] O vinho de madressilvas servido no Quatro de Julho dava à pessoa a habilidade de ver no escuro. Páginas 16 e 17

Claire tinha o coração fechado, tinha medo de se machucar, de ser abandonada mais uma vez. Mesmo quando o novo vizinho, Tyler Hughes, que é professor na universidade, mexeu com seu coração e a fez sentir coisas que jamais imaginaria sentir, Claire foge.

Ela não precisava de coisa alguma além do que já tinha. Assim que deixasse algo mais entrar na vida, sairia machucada. Isso é tão certo quanto dois mais dois são quatro. Página 24

Fazia quase uma década que Claire morava sozinha e em um belo dia uma surpresa apareceu em sua porta, a irmã Sidney, que há anos saíra da cidade, estava de volta e trazia com ela, além da linda filha de 5 anos, Bay, um passado marcado por muitos arrependimentos. Sidney está muito machucada, sofreu nas mãos do pai de Bay e só quer se sentir segura de novo. Assim como Bay, que tem o sonho de ter um lar livre de ameaças e uma família feliz.

Evanelle é uma figura à parte, aquele plus do livro. Uma personagem incrivelmente sábia e totalmente engraçada. Imaginem que o dom dela é saber que uma pessoa precisa de algo e entregar isso a ela, mas totalmente fora do contexto, nem ela, muito menos a pessoa, sabem quando, onde e o por que precisariam daquilo. Ela é sempre vista como “a estranha” na cidade, mas a verdade é que tudo que ela entrega sempre é usado uma hora ou outra. E trabalhada no melhor humor possível, ela segue em frente.

- Como você pode ficar tão calma? Como se sentiria se seu marido falasse que ia aparecer e não aparecesse?

- Como ele está morto, Fred, eu não ficaria surpresa.

Página 137

Outra personagem ilustríssima do livro é a macieira do quintal Waverley. Ela é safadinha, planeja esquemas e fica tentando as pessoas. Quem prova de seu fruto vê o acontecimento mais marcante de seu futuro, por isso as irmãs ficam bem longe dela e alertam Bay para fazer o mesmo. Mas a sem vergonha não desiste, joga maçãs pela janela do quarto, joga nos pés, na porta, nas pessoas, faz de tudo para que “usem” de seu dom. O vizinho desavisado come e fica sem entender nada por muito tempo. A macieira é o coração do livro, uma personagem muito, muito importante.

A história é totalmente atípica, mas repleta de criatividade e completamente deliciosa de se acompanhar. A leitura é rápida, leve, fluida e logo você se vê querendo mais. A narrativa é bela, doce e a trama com as plantas e seus segredos, o jardim excepcional e o dom daqueles da cidade, é fantástica. O que só me faz crer ainda mais que a própria Sarah tem um lindo dom, o de encantar com suas palavras.

Eu amei toda a trama, o desenrolar dela e os personagens tão distintos. Me apeguei quase a cidade inteira, principalmente a Evanelle e Bay, que são umas gracinhas. Fui capaz de sentir os sabores criados por Claire e de desejar muito um corte de cabelo feito por Sidney.

Não sei, parece que estou esquecendo de algo, que não fui clara o suficiente de quanto este livro é especial e gostoso de ler. A edição do livro é linda, bem trabalhada. Eu amei!!

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Para ficar sem qualquer dúvida, eu recomendo demais a leitura dele e de todos os livros da Sarah, já tenho A garota que perseguiu a lua (thanks, Miloca) e estou de olho no lançamento O Pessegueiro.

Beijos e uma ótima quinta-feira.