Valente

Meu gênero favorito de filme é animação, isso não é nenhuma novidade, já que nunca perdi a criança que vive dentro de mim. Sem falar que as produções que eram especialmente voltadas para as crianças, hoje englobam os adultos em seu público-alvo. Foi-se o tempo em que “desenho” era só para os baixinhos. E como não amar esses personagens fofos, que sempre trazem uma lição e/ou um comentário ácido, além de muita aventura e diversão? Não dá, simplesmente não dá.

Desde que vi as primeiras divulgações sobre Valente, fiquei doida para conferir. Merida é a primeira protagonista feminina da Pixar e isso é uma baita responsabilidade. A personagem soube segurar bem e no final foram só sorrisos para definir a experiência. A menina é uma princesa, a primeira filha do casal Fergus e Elinor. Como tradição, sua mãe sempre a levou para o caminho que uma princesa deve tomar, ensinando tudo que alguém do posto dela deve saber para ser a melhor. Mas Merida tem o espírito aventureiro, livre e não quer saber de corpetes apertados, boas maneiras à mesa, educação requintada, ela quer subir em seu cavalo, cavalgar pela floresta e acertar alvos com seu arco.

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E esse é o principal motivo das brigas com sua mãe. Ela não entende que Merida não quer aquilo, não dá importância para o que a menina quer e o resultado é uma filha inconformada. Mas Elinor também precisa arcar com as responsabilidades de ser uma rainha e com as consequências que o “estilo de vida” da filha pode trazer. Ela é impassível e está decidida a dar a mão da filha para o herdeiro de um dos reinos vizinhos, que sairá de uma competição – claro que totalmente contra a vontade de Merida.

A garota é muito inteligente, sagaz e quando se trata de arco, é a melhor. Então ela bola um plano e deixa a todos estarrecidos. Os representantes dos povos vizinhos ficam irritados e sua ação pode gerar uma guerra. Em uma de suas escapadas pela floresta, Merida encontra uma bruxa e pede um feitiço que mude sua mãe. Bom, o pedido foi meio vago e quando o feitiço faz efeito, Elinor está realmente mudada, só que aquela mudança não é nem um pouco a que Merida esperava. Agora, a princesa e a rainha precisam arrumar uma solução para a encrenca que Merida as colocou e, de quebra, impedir que a guerra entre os povos aconteça. O que não será nada fácil.

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Desavenças entre mães e filhas não são ocorrências atuais, há sempre conflitos de quem tem experiência e de quem se acha incompreendida. Fergus até pende para o lado da filha, mas quem manda naquele reino, sem dúvida é Elinor, que tenta levar os filhos na linha – Merida tem três irmãos que são um sarro! O plot do filme é esse, o desentendimento entre mãe e filha, que resulta num problemão que as duas juntas precisam resolver, e assim, elas se aproximam e passam a enxergar as razões uma da outra.

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Outra diferença do filme é que não apenas a protagonista precisa moldar suas opiniões, mas a família é o foco central. A nova mãe se torna algo que o pai de Merida odeia e quer destruir, então a menina precisa agir como mediadora da situação e levar sua família para a harmonia, para a união novamente. O filme é uma fofura, cheio de lições, como a grande maioria das produções do gênero. E é também recheado de comédia, que fica a cargo dos irmãos de Merida. Que crianças espuletas. Adoro! Merida e aquele seu cabelão são incríveis e eu simplesmente amei a trama toda, que se passa na Escócia medieval. Com certeza verei de novo e indicarei.

Curiosidades

  • Apontado como o primeiro conto de fadas da Pixar.
  • Primeira produção da Pixar a ter como protagonista uma personagem mulher.
  • O filme também seria o primeiro do estúdio a contar com uma mulher na função de direção, mas Brenda Chapman deixou a produção e foi substituída por Mark Andrews, que dirigiu o curta indicado ao Oscar One Man Band.
  • Antes de definir por Valente, o longa era chamado The Bear and the Bow.
  • Reese Whiterspoon estava escalada para dublar a personagem principal, mas acabou substituída por Kelly Macdonald.
  • As cenas na neve mostradas no primeiro trailer não estão na versão final do filme.
  • Originalmente, 80% da história era passada na neve, mas isso mudou com a saída da diretora Brenda Chapman.
  • Quatro dos dubladores originais de Valente (Kelly Macdonald, Robbie Coltrane, Julie Walters e Emma Thompson) atuaram na franquia Harry Potter.
  • Luciano Szafir e Murilo Rosa estrearam como dubladores na versão brasileira de Valente.
  • A cantora Manu Gavassi cantou as versões nacionais de "Touch the Sky" e "Into the Open Air", que ganharam os títulos "O Céu Vou Tocar" e "Ao Ar Livre", respectivamente.

 

 

Beijocas e uma ótima quarta-feira.