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Assim que meus livros da Novo Conceito chegaram eu fui logo chamada por essa capa fofíssima e cheia de significado de Seis coisas impossíveis, livro da australiana Fiona Wood, e foi uma das leituras mais delicinhas que tive nos últimos tempos. Dan Cereill tinha uma vida boa, com luxos e regalias que nem todos são capazes de ter, estava tudo indo bem até que não estava mais. Seu pai os levou à falência e o banco tomou tudo deles, até coisas pessoais. Como se não bastasse isso, o patriarca ainda se revelou gay e abandonou Dan e sua mãe. Choque total!

Não posso depender de ninguém, não tem ninguém para resolver os problemas, ninguém para pagar a conta, ninguém para passar a bola. Estou sozinho aqui, sem dinheiro, sem soluções – e a minha mãe, com um negócio que não vai para frente e sua obsessão por Thom Yorke, certamente não precisa de mais notícias ruins.  Página 157

A salvação dos dois foi o falecimento da tia de sua mãe – não que isso seja uma coisa boa –, que deixou sua casa para os dois viverem, mas apenas isso. A mansão foi tombada pelo patrimônio histórico e eles não podiam mexer em nada lá dentro, nem vender, já que tudo foi devidamente catalogado. Era um grande sacodidão na vida de ambos, que tinham tudo a seu dispor e agora mal tinham como se sustentar. Ser adolescente já não é fácil e passar por várias barras assim no mesmo momento é quase impossível, mas Dan é um menino e tanto, que me conquistou completamente e todo o tempo me teve do lado dando força nas mais diferentes situações (mesmo que ele não soubesse disso).

Dan agora precisava se adaptar a ter menos, muito menos, a uma nova escola, ao cheiro de xixi de cachorro espalhado por sua nova casa, ao frio da nova moradia, já que ligar o aquecedor era luxo, e ainda a cuidar de Howard, um cachorro velho e sábio, deixado pela tia Adelaide. Opa, quase ia esquecendo, além de tudo isso, Dan também precisa lidar com um sentimento novo batendo no peito, a paixão pela vizinha do lado, Estelle.

Depois de checar se não havia ninguém por perto, começou a girar lentamente, levando a mão aos olhos para emoldurar sua visão do céu cheio de galhos secos. E então ela entrou na casa ao lado, meio tonta, sorrindo e levando o meu coração. Página 17

Dan nunca foi do tipo popular, mas queria mudar sua imagem na nova escola, principalmente por Estelle estar em sua turma, ele queria que ela o notasse e gostasse dele. Claro que devido a recente maré de falta de sorte do rapaz, nem tudo sai como o planejado. Ele é perseguido pelos valentões, consegue queimar o filme com Estelle por ficar encarando-a constantemente e ganha o título de esquisito da escola. Em casa, sua mãe decide abrir uma empresa de bolos de casamento, mas a desilusão com o próprio casamento a faz dar conselhos nada positivos para as noivas, que saem de lá com os noivados praticamente desfeitos e nenhuma encomenda de bolo.

Parece que fico pensando em Estelle na maior parte do tempo. É como se alguém tivesse mudado as minhas configurações para “Estelle” sem a minha permissão, ou se ela tivesse se tornado a imagem de proteção de tela do meu cerébro. Página 31

Mas nada fica ruim para sempre se as pessoas se mexerem para mudar a situação, né? Dan consegue um emprego, faz um novo amigo mais velho que o ajuda muito, consegue melhorar a situação com a vizinha – pelo menos ela conversa com ele – e sua mãe começa a andar nos trilhos novamente. A vida ainda reservava muitas coisas boas na vida de Dan.

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Eu adoro ser conquistada assim por um personagem. Dan é um garoto incrível, senti uma conexão com ele logo de cara, acho que foi o humor extremamente sarcástico dele que nos conectou assim instantaneamente. Aliás, a mãe dele também tem o mesmo tipo de tiradas e gracinhas, adoro. Falando nela, como pode uma mulher que acaba de sair conturbadamente de um casamento, cheia de amarguras, querer fazer bolos e lidar com pessoas que estão entrando nessa nova vida? Fracasso é o resultado. Mas bem que as situações renderam boas risadas.

Ela começará a fazer bolos de casamento. Acho que ninguém que acabou de sair de um casamento pensaria justamente nisso, porém nesta casa, além de sarcasmo, também há ironia. Página 23

Eu amo o Dan. Ele é engraçado demais, cheio das listas, é inteligente, mas perde a fala perto da garota de quem gosta e até comete uma gafes, faz coisas que não deveria, para saber mais sobre ela. Sem falar que para quem criou uma conexão com ele, como eu, é muito legal acompanhar o amadurecimento dele, vê-lo tentar vencer as barreiras e ajudar a mãe em um momento tão difícil, tudo entre burradas, brigas, farpas, mas também com muito amor. A mãe de Dan é forte, só precisava de um empurrão para conseguir seguir em frente e Dan ajudou muito, como pode, fazendo o possível e o impossível.

Quero ser bom, mas a bondade é um cliente difícil de agradar. Decido me contentar em ser leal aos meus amigos. Será que isso faz de mim um banana? Bom ou ruim? Certo ou errado? Vai saber! Página 190

Acho que se eu ficar escrevendo mais sobre o livro vou gastar todos os meus elogios. Eu fui sugada pela história, que é simples, narrada pelo próprio Dan. Senti como se fosse a irmã mais velha que ele não tem, curti cada momento com ele. Fiquei feliz com seu primeiro beijo, irritada com suas pisadas na bola e extremamente animada com suas realizações. Já estou com saudades de Dan e Howard, a dupla sagaz. E das confusões que Estelle o faz se meter e de acompanhar suas aventuras nesta fase tão complicada que é a aborrescência. O livro ganhou cinco estrelas, porque eu simplesmente amei!

Uma coisa interessante sobre a autora: ela é uma conhecida roteirista de TV, responsável por Neighbours, The Secret Life of US e Silversun. Ah, e esse é o primeiro livro dela. Quero mais!

ficha Seis Skoob - Informações

Cliques de Seis coisas impossíveis

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Detalhe da contracapa, super verdadeiro o item 6 em azul, aliás, todos.

Beijos e uma ótima quinta-feira.