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Puxando pela mente não consegui lembrar onde li, mas sei que li alguém muito empolgado com o lançamento de Codinome Verity pela parceira do blog, Editora iD, e isso logo me chamou a atenção. Assim que pude, pedi o livro e me joguei na incrível história escrita pela talentosa Elizabeth Wein. Já a classifico assim, mesmo tendo lido apenas este livro de sua autoria, porque ele é brilhante – muito inteligente mesmo - e não espero menos do que isso de outras histórias que ela venha a escrever e eu a ler.

O pano de fundo é a Segunda Guerra Mundial, que por si só já é aterrorizante, embora possa render histórias bastante interessantes e (perdoem por mais um “antes”) emocionantes. O enredo é a forte amizade entre duas mulheres mais fortes ainda: Maddie e Queenie. A narrativa é dividida em duas partes: verity e kittyhawk e através delas adentramos em mundo real com uma história fictícia, que fica martelando na cabeça.

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Em outubro de 1943 um avião britânico sofre uma pane e cai na França, que é ocupada pelos nazistas. Esse detalhe faz toda a diferença para a história. A primeira narradora é uma prisioneira da Gestapo de Ormaie. Tida como espiã britânica, a mulher passa pelas mais horrendas torturas até que aceita um trato de escrever tudo o que sabe sobre os planos de seu lado da guerra, como códigos, aviões, pontos que estão vulneráveis, etc.

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Ela ganha papel e tinta para escrever as informações, mas entre um código e outro, entre uma informação e outra, ela insere a história da incrível Maddie – Margaret Brodatt -, uma mulher à frente do seu tempo, que domina motores e tem paixão por motos e aviões, como descobre mais tarde, além de sua amizade com Queenie. A narradora conta tudo sobre Maddie, seu primeiro contato com um avião, sua primeira pilotagem, seu alistamento e também suas experiências na guerra, na profissão que ela escolheu. Maddie e Queenie se conhecem de uma forma inesperada, tornam-se grandes amigas, mesmo que em algumas missões não possam nem trocar um olhar sequer. A amizade das duas é inquebrável.

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Podemos perceber admiração e temor em suas palavras. E também um pouco de insolência, porque ela escreve piadinhas e críticas aos nazistas, coisas que eles vão ler e, claro, isso não fica sem punição. Doida... ou não.

Já na segunda parte, acompanhamos outra protagonista mulher, que com seus relatos, fazem as peças deixadas soltas da primeira parte se encaixarem, levando a uma página melhor e mais cobiçada que a outra. Não posso revelar muito mais do enredo para não soltar spoilers e acabar com a graça do livro, ele é cheio dela. (Neste momento estou babando por ele, percebam). Concordo com o que li, este é um livro que quanto menos você souber ao começar a ler, melhor. Mais suspense e surpresa para você. Então paro com o enredo por aqui.

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O livro é um YA, mas bastante diferente do que estamos acostumados a encontrar. As personagens são tão maduras, cheias de coragem e bravura, mas também têm suas falhas, suas fraquezas e medos. O que as faz parecer tão reais, que cheguei até a me questionar se aquilo não havia acontecido realmente. Ele é diferente de tudo que já li, com a temática da guerra e duas mulheres incríveis encarando todo o temor que ela pode trazer. Elas são admiráveis, realmente. E a amizade delas, então, linda, exemplar.

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Elizabeth começa a trama de forma morna, até que passa a ser arrebatadora e você não quer parar de ler até saber de tudo. Eu comecei a ler com uma expectativa alta, confesso, e fico feliz em dizer que ela foi superada. Fiquei emocionada, enojada, lamentei, torci, vibrei e entristeci-me pelo que li, porque por mais que esta história não seja real, há muitas semelhantes que foram e chega a dar um nó no estômago, no coração, na garganta, pensar em tantas barbaridades que ocorreram.

Eu simplesmente amei a forma que a autora encontrou de contar esse relato emocionante, que nos faz refletir, lembrar deste momento que muita gente quer apagar da memória, da história. E o desenrolar dos fatos? Nossa, meu coração até palpitou ao lembrar... Mas já chega de babar ovo.

Sobre o trabalho com o livro em si, a editora está de parabéns. Não encontrei erros (não lembro e nem anotei nenhum), a diagramação é leve, com detalhes para diferenciar certas passagens e a capa, minha gente, a capa é o melhor de tudo. Cheia de significado, perfeita para o livro. Outro fato curioso e que comprova a qualidade da obra é a quantidade de prêmios que ela ganhou entre 2012 e 2013, na contracapa são citados 14. Sei que não preciso repetir, mas lá vai: extremamente recomendado!!!

Cliques!

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Beijos e uma ótima terça-feira!!