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Impressões. Elas muitas vezes nos metem em roubadas. Quando olhei a capa e – se não me engano – li a sinopse, Noites Italianas chamou minha atenção de cara. Adoro a Itália e tudo que a envolve, suas comidas, lugares, pessoas e cultura, então pensei que seria uma boa ter esse livro, viajar com essa história. Acontece que eu me enganei, redondamente.

Noites

O livro de Kate Holden foi, com certeza, um dos livros que li e menos gostei, sem falar que foi o que eu mais tive vontade de abandonar. Só não o fiz porque sei que isso ia ficar martelando na minha cabeça depois. Nele somos introduzidos na vida da protagonista, que é a autora, já que o livro é baseado em sua história real. Aliás, vale comentar que esse é o segundo livro, o primeiro – Na minha pele – conta a história dela, como virou prostituta, viciada em heroína e etc. Esse livro se trata do depois. Quando ela viaja para a Itália para mudar de vida e, talvez, recomeçar.

Kate é um espírito livre, não existem tabus para ela quando o assunto é sexo e ela faz para se divertir. O livro é dividido em capítulos com nomes de pessoas, cada uma que passou pela vida de Kate nesse tempo no país. Temos Jack,Guido, Massimo, Rufus, Gabriele, Donatella e, por fim, Kate. Cada uma dessas pessoas significou algo para ela, deu uma lição, digamos assim. Ela se envolve, curte, conhece pessoas e se lamenta de suas ações. Ela é triste, incompleta, não sabe quem é. Tem quase 30 anos e se veste como uma adolescente, chega até a agir como uma algumas vezes. Não tenho como comentar muito do enredo sem contar as situações que ela se envolve e aí me arrisco a soltar spoiler. Mas ele pode ser resumido pelo que já escrevi agora. Uma mulher quer mudança e viaja para aItália. O problema é que velhos hábitos podem continuar com a pessoa para sempre.

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Vamos destrinchar o livro. Bom, primeiro de tudo ele é confuso. Parece que Kate teve os pensamentos e simplesmente os jogou ali nas páginas. Ela conta uma coisa, daqui a pouco já está em outro dia, outra situação, tanto que cada capítulo tem várias separações entre parágrafos (ainda bem, senão seria mais confuso ainda). E então, de repente ela quer ser uma narradora mais sofisticada, contando das ruas, descrevendo os lugares e sensações, e ainda assim não consegue ser tão boa. Não gostei da forma como a história foi contada, é como se fosse um diário em que ela conta as coisas que mais a marcaram, mas sem muito aprofundamento.

Aliás, a história é outro problema. Uma ex-prostituta, ex-viciada, que quer começar de novo. Até aí tudo bem. Mas então ela pega o seu dinheiro e vai para a Itália. Trabalhar? Não, viver com o dinheiro que ela tem guardado, morando em um quarto na casa de um amigo de um amigo, um estranho. E vive daquilo. Ela passeia, tem um caso com um homem casado e fica na casa dele por um tempo, depois faz sexo com outras pessoas que acaba de conhecer, um irmão sai da cama e ela aceita a cantada do outro que chega e faz sexo com ele, depois com o amigo dele, juntos, e por aí vai. Ela gosta de sexo, ok. Não vejo problema, cada um é dono de si e de seus gostos. Mas o que mais me irrita nela é que ela vai, abre as pernas e depois fica: “o que eu fiz? Será que sou uma puttana? É errado gostar de sexo?”. Fica toda cheia de nhenhenhém, se fazendo de vítima. Mas, quando o cara começa a passar a mão nela, ela não faz nada, deixa. Que mal pode fazer? Ele está carente. Blablablá. E o resultado é outro homem diferente no meio de suas pernas.

Não chega nem a ser um livro erótico como os que andam fazendo sucesso, atrevo-me a dizer que até 50 tons, tão criticado por aí, é melhor. Pelo menos tem uma história interessante, um romance, mesmo que doido. Aqui é Kate andando sem rumo pela Itália, passando por camas diferentes – também por muros, carros, gramados, onde der – e depois se martirizando pelo que fez. Acho que criei antipatia por ela desde o início por causa desta atitude. Ela está ali para mudar de vida, mas conta para todo mundo que ela conhece que foi uma prostituta. Parece que quer que eles a julguem, a discriminem e xinguem. Não sei, não consigo entender, a cabeça dela é bastante estranha, cheia de coisas.  

E então ela encontra o amore. Mas consegue estragar e viver por um tempo de um jeito que eu simplesmente não acreditei quando li, totalmente passiva. Deixando a vida passar. E o fim, sem graça, sem um tchan, um auge. Enfim, ele foi para a conta, graças, e não me agradou nem um pouco. Infelizmente não creio que tenha tirado algo de bom dele, nem mesmo os passeios por Roma ou Nápoles, sempre descrita como perigosíssima. Para mim não funcionou.

A nota no Skoob é 3,7 (de 5) e eu avaliei com duas estrelas, foi regular. Já no Goodreads, a nota é 2,89 (também de 5). Eu pensei que a Novo Conceito não tinha lançado o livro anterior, mas lançou, em 2008. Caso alguém queira saber mais sobre ele, basta clicar aqui.

 

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Cliques!

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Ótima quinta. Smiley piscando