Cabeça de Vento – Meg Cabot Emerson Watts é uma garota que não se destaca na multidão por sua beleza, não é popular na escola e nem mesmo tem muitos amigos. Mas isso não a incomoda. Sua inteligência é seu ponto forte e sobre os amigos, apenas o que tinha já era suficiente. Christopher era nerd como ela, amava assistir documentários como ela e amava mais ainda jogar por horas e horas Journey Quest, claro, assim como ela. Os dois passavam muito tempo juntos, ela sentia uma paixão intensa por ele, mas nunca teve coragem de se expressar. Afinal, ele a via como um garoto. Em – apelido carinhoso – não se preocupava com sua aparência, vestia as roupas mais sem graça e cuidava poucou ou nada de si.

Acho que  a culpa é do meu pai. Para começar, foi ele que me deu um nome de garoto porque tinha certeza de que seu bebê seria um menino (apesar de a ultrassonografia dizer o contrário) porque eu chutava muito a mamãe quando ainda estava em sua barriga. Papai insistiu em me dar o nome do seu poeta favorito. Isso é o que você ganha  quando se é filha de um professor universitário de literatura inglesa. Página 11

Ao contrário de Nikki Howard, a mega famosa modelo, o rosto da Stark. Linda, milionária, famosa, Nikki tinha tudo que queria, bastava estalar os dedos. Era convidada para as melhores baladas, morava em um apartamento de dar inveja em qualquer pobre mortal. Mas não tinha humildade, era uma pessoa para se admirar apenas pelos quesitos externos. Uma pessoa que não dá valor à amizade, família e à fidelidade.

O que as histórias delas têm em comum? Nada. Mas vão se cruzar e gerar uma das estórias mais loucas que já li.

Aqui dentro de mim já é uma bagunça – declarei. – A verdade é que o meu lado de dentro nunca vai combinar com o lado de fora (…) Mas você quer saber de uma coisa? Tô começando a achar que o interior de ninguém combina. Página 319

Frida, a irmã mais nova de Em, é totalmente seu oposto. Faz de tudo para ser popular, vive lendo revistas de famosos, cuida de sua aparência como uma louca, aliás, para ela aparência é tudo. E graças à irmã caçula, Em vai para a inauguração da loja da Stark no seu bairro, um empreendimento que custou o negócio de todos os pequenos empresários da região. Um empreendimento que tanto Em quanto Christopher eram totalmente contra.

Lá é que toda a vida de Em escorre por seus dedos. Uma TV gigante cai quando atingida por um tiro de tinta, em virtude de um protesto contra a loja, e para salvar a vida de Frida que estava bem abaixo do aparelho, Em que se torna a vítima. Tudo na frente de milhares de pessoas, de Nikki Howard e de Gabriel Luna – os famosos que marcaram presença na inauguração. E é aí que a doideira começa. Não vou contar mais para não revelar spoilers.

Este foi o primeiro livro da Meg Cabot que eu li e creio que não leria tão cedo se ele não tivesse sido sorteado para o Clube do Livro. Além de ter um preço que eu considero salgado pelo seu tamanho, é mais uma série e devo confessar que cada vez que me dou conta de que é série eu fico um pouco desanimada. Mas isso é assunto para outro post. Voltando ao livro, ele é narrado em primeira pessoa por Em e é uma leitura que flui incrivelmente bem, li em dois dias.

Gostei muito da escrita da Meg, mas sinceramente, é meio injusto avaliar o livro sendo que mais dois estão com o resto da trama. Se eu não tivesse em mãos o segundo livro da série, talvez eu nem lesse. Apesar de ter morrido de curiosidade no fim. O fato é que achei que depois da doideira começar, as coisas não aconteceram com a rapidez que eu esperava, queria mais respostas, mas o que tive no fim foi um imenso ponto de interrogação.

O livro não agradou muito o pessoal do Clube – volto a dizer que é injusto avaliar apenas o primeiro, que geralmente contém apenas a introdução para a trama – e teve uma média de 6,75. Minha nota foi 8,5, pois me diverti muito com a leitura e adorei conhecer Lulu, a BFF de Nikki. Na discussão, foi levantada a  questão de que o livro é totalmente comercial, o que eu concordo. Outra questão apontada foi a do nome da autora estar maior que o título do livro, ou seja, Meg vende porque é Meg. Sua qualidade à precede e muitas pessoas, só de ver o nome dela ali destacado, já colocam o livro na sacola.

Enfim, foi uma leitura boa, mas não excelente e devo acrescentar que a quantidade de repetições me tirou do sério. Um exemplo, sem spoiler, é que uma personagem pensa em determinado momento uma coisa, na página seguinte ela pensa a mesma coisa e isso vai se repetindo, repetindo, que irrita. Eu já sei que ela pensa aquilo, para que repetir tanto?

Chega. Bom, aproveito para avisar que na terça-feira publico a resenha do segundo livro da série.

Beijos!