ParaSempreNC Às vezes, tudo o que precisamos é de uma bela história de amor para animar o dia, dar disposição, sonhar, suspirar… Outras vezes, precisamos levar um choque de realidade para perceber que a vida não foi e nunca vai ser fácil, sem obstáculos e aprendizagem – forçada ou não. Como dizem os poetas populares: se a vida fosse fácil se chamaria piriguete! Rá. Os protagonistas de Para Sempre passaram na pele por essa máxima, Kim e Krickitt Carpenter são admiráveis e sua história é inspiradora.

Com esse título e essa capa fofa, houve quem esperasse por um romance meloso, no entanto, o que o livro traz é uma lição de vida, de perseverança, também de amor, claro, além de muita fé. Mas um tipo de fé que não é exagerado ou fanático, é um tipo de fé que ampara em momentos como esse e que dá forças para continuar.

Kim é treinador de beisebol em Las Vegas, não a cidade do pecado, de CSI, do estado de Nevada, mas Las Vegas que fica no Novo México. Ele é um cara legal, na dele, um cara que certo dia começa a pesquisar por um uniforme para ele e sua equipe, uniformes que ele sempre sonhou em ter. Então, Kim liga para uma loja de produtos esportivos em outra cidade, Anaheim, e é atendido por uma vendedora animada, que pareceu mesmo feliz em atendê-lo, seu nome era Krickitt. É incrível e parece ficção, mas Kim se encantou pela moça do telefone e voltou a ligar com desculpas só para ouvir sua voz, só para poder conversar com ela. Acabou que, com o tempo, os dois passaram a se telefonar em casa e a gastar exorbitantemente com o telefone em ligações diárias. Eles também se comunicavam por cartas. Até que chegou o dia em que decidiram mandar suas fotos um para o outro e se espantaram com o fato de que além de ser uma pessoa incrível – um na opinião do outro –, ambos eram bonitos fisicamente. Se bem que isso não mudaria o fato de que eles já estavam apaixonados um pelo outro.

Conversa vai, conversa vem, eles se encontram pela primeira vez e a química entre os dois é palpável. Kim e Krickitt agora são um casal, daqueles que a distância é um empecilho, pois não conseguem ficar longe um do outro. Como moram em cidades distantes, eles chegam a uma conclusão: vão se casar. Kim é tão fofo, que pede a mão de Krickitt ao pai dela e em pouco tempo o casório se realiza. O casal está muito feliz e com cerca de dois meses de casados, decidem passar o primeiro feriado com os pais de Krickitt. Na viagem, um terrível acidente ocorre e ele muda completamente a vida daqueles dois que se amavam tanto.

Ninguém morreu, mas foi por muito pouco. Os dois ficaram muito machucados e chegou um momento em que os médicos não davam mais esperança para Krickitt, no entanto, ela se recuperou. O problema veio quando descobriram que sua memória recente fora perdida, Krickitt simplesmente não lembrava de Kim, de tê-lo conhecido, namorado e muito menos de ter se casado. A Krickitt que Kim conhecia morreu no acidente, ela agora era diferente. E apesar do choque, da incredulidade, do desânimo, é aqui que Kim dá uma grande lição.

Eu não sabia o que esperar no dia seguinte. Em um minuto, ela era amigável, carinhosa e sorridente. Em seguida, em um instante, se eu dissesse alguma coisa que ela não gostasse, ela olhava para mim e gritava: – Me deixe em paz! Eu nem sei quem você é! Página 86

Ele não saiu de perto de Krickitt, que agora tinha a personalidade de uma criança mimada, ele jamais deixou de cumprir sua promessa feita na cerimônia de casamento, estaria ao lado da esposa nas horas boas e ruins. Mesmo quando a relação deles deixou de ser marido-esposa e tornou-se técnico/pai – aluna/filha, ele sempre esteve pronto para ajudá-la. Ela também fez sua parte, cumpriu com a promessa que fez, mas que só lembra por ter visto as filmagens do seu casamento. Como aquelas memórias pareciam que não iam voltar e o convívio entre o casal se tornou extremamente difícil, eles precisaram criar novas lembranças, novos sentimentos. É lindo, não é?

De certa forma, a ideia de que a minha esposa nunca voltaria a se lembrar de mim e nunca voltaria a ser a mulher com quem me casara era mais difícil de lidar do que com a morte. Página 87 

Nenhum dos dois desistiu perante às dificuldades da vida. É quase um Como se fosse a primeira vez real, aliás, o filme é até citado no livro. Kim teve que conquistar a mulher que ama por duas vezes e ter lembranças com ela por duas vezes, enfrentar as dificuldades como as cobranças de contas hospitalares e “n” outros problemas para no fim perceber que tudo valeu a pena, que a caminhada dos dois poderia, e, com certeza, faria com que outras pessoas se inspirassem neles.

Obstáculos jamais deixarão de existir, reclamar não vai solucionar, o jeito é arregaçar as mangas e partir para cima, se mexer, revelar um lado de si que é capaz de nem mesmo você conhecer e sair triunfante, para logo em seguida - ou um tempo depois - ter de encarar outra dificuldade. A vida é assim, mas se fosse tão fácil, talvez, não teria tanto valor.

Kim_and_Krickitt_Carpenter_The_Vow_CNA_US_Catholic_News_2_27_12 Kim e Krickitt Carpenter

O livro inspirou um filme, que já estreou nos Estados Unidos. Saiba mais sobre ele nesse post.

Beijos e uma excelente terça-feira, com muita animação.