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“Say something, I'm giving up on you
I'll be the one, if you want me to
Anywhere, I would've followed you
Say something, I'm giving up on you”

Coração apertado, milhares de sentimentos e algumas lágrimas foram o resultado da leitura de Se eu ficar, lançamento deste mês da Novo Conceito. Nunca é fácil entrar em uma história que conta sobre perdas, apesar da parte da luta, apoio e esperança serem lindas. Praticamente todo mundo já perdeu alguém importante e sabe como isso deixa uma cicatriz eterna nas pessoas, ou melhor, uma ferida que nunca sara.

Mia é uma garota normal. Tem pais maravilhosos (bem doidinhos), um irmão mais novo que é uma fofura e uma melhor amiga, daquelas para todas as horas. Ela agora também um namorado e parece que experimenta a felicidade tão comentada e buscada por todos. Dúvidas sobre o futuro já assombravam a vida do casal, mas eles jamais imaginaram que um passeio em um dia de neve poderia mudar radicalmente tudo.

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A família linda, descolada e praticamente perfeita de Mia sofre um acidente e ela consegue, digamos, sobreviver. Seu corpo está com muitas fraturas, seus órgãos machucados, sua condição é grave e preocupa os médicos, mas preocupa mais ainda a ela, que consegue ver tudo, como espectadora. Ela está fora de seu corpo, vê o local do acidente, os destroços, os médicos cuidando dela e a levando para o hospital de helicóptero. Ela fica na UTI com seu corpo, vê os cuidados que todos têm com ela, toda a agitação do hospital, mas não sabe como isso aconteceu. Ela não é um fantasma, não ultrapassa paredes nem nada do que costuma ocorrer em filmes com esse tema. Simplesmente está de mãos atadas, vendo seus familiares sofrendo, vendo Adam e Kim, recebendo apoio, mas não sentindo nada, absolutamente nada.

Uma das enfermeiras fala para os avôs de Mia que é ela quem comanda o show, ela quem tem que ter forças para ficar e isso mexe com ela. A faz pensar se é isso mesmo que ela quer e essa é a grande questão do livro, a escolha de Mia em ficar ou não.

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Desde que assisti ao trailer de Se eu ficar, antes da exibição no cinema de A culpa é das estrelas, e a música do início do texto começou a tocar, eu pensei: vou chorar com essa história. Então me dei conta de que ele era um dos lançamentos da Editora Novo Conceito e fiquei ansiosa pela leitura. Terminei a leitura na segunda e demorei mais que o esperado, mas acho que foi muito pelo medo do quanto iria chorar.

Gayle Forman é responsável por uma história muito tocante e bem construída. Enquanto acompanhamos a situação de Mia no hospital, somos apresentados a ela e seus familiares, amigos, enfim, sua vida. Tudo pela narrativa da própria Mia. Filha de pais roqueiros/punks, ela surpreendeu quando escolheu tocar violoncelo e foi sua paixão pela música que a uniu a Adam. Esses detalhes apresentados pelo autor foram primordiais para que houvesse aquela identificação que sempre procuramos com os protagonistas de livros. Eu mesma me senti como alguém daquele grupo, parecia que estava naquela sala de espera, torcendo por notícias boas.

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Adorei Adam desde o primeiro instante. Ele é um garoto e tanto, não é para menos que conquistou os pais de Mia e seu irmão. O amor era o que poderia fazer Mia ficar, amor pelas pessoas, pela música e pela vida.

Mesmo com tudo que Mia tinha perdido com aquele acidente eu torcia e falava baixinho para ela não desistir, a vida ainda podia dar coisas boas para ela, experiências que valeriam à pena. Emocionei-me várias vezes, não de soluçar nem nada, mas algumas cenas foram especiais. Talvez por não ter debulhado em lágrimas como esperava, eu tenha terminado a leitura no susto, esperando por mais.

Senti que tudo foi muito rápido, não sei a razão. Talvez, por ter me jogado tanto na história não vi o tempo passar, as páginas correrem e o desfecho para o livro chegar. Minha primeira reação foi: como que acabou assim? Depois pensei e mudei: esse é um final ótimo. Então fui bem curiosa fuxicar sobre o livro seguinte, que será lançado pela NC em outubro, e cheguei à conclusão que ele não deveria existir. A mais revoltada. Vamos ver se ele me surpreende.

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A trama não é complexa, é mesmo rápida, mas o ponto central é a complexidade da decisão de Mia. A sensação ao terminar a leitura é de reflexão. Temos a mania de sempre reclamar das coisas ruins que nos acontecem, esquecendo de ver por outro ângulo, de ver as coisas boas que também estão espalhadas pelos nossos dias. Mudei bastante quanto a isso. Ainda fico indignada com certas coisas, claro, reclamo pra burro, mas procuro ver as coisas boas também e isso faz uma diferença enorme na vida. Para Mia é muito mais difícil ver algo bom em meio ao turbilhão que passou, com toda a certeza, mas são as pequenas coisas alegres que nos dão ânimo para seguir em frente e precisamos ver isso antes que seja tarde demais. Filosofei aqui.

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Enfim, a leitura foi ótima, queria mais e espero ansiosa pelo que o Adam nos contará no livro seguinte. Por favor, que sejam coisas boas.

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A diagramação do livro está linda. Como toda a história tem muito a ver com música – inclusive várias bandas e músicas são citadas, além de artistas clássicos –, as páginas receberam esse toque. São divinas. No entanto, encontrei muitos erros de digitação/edição, mas muitos mesmo. Um deles fez eu largar o livro pelo dia. Letras trocadas, palavras fora de lugar e um “fuji”, deixaram o livro menos maravilhoso, mas ele não perdeu a essência.

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