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Tinha achado a premissa da novata Selfie meia-boca, mas aí decidi assistir ao piloto e ao segundo episódio e ela me ganhou um pouquinho. Eu sei que ela está super mal de audiência lá fora, inclusive frequentando a área de “cancelamento iminente” dos sites que avaliam o desempenho das estreantes, mas não resisti. Tipo guilty pleasure.

Eliza Dooley é maníaca por redes sociais. Considerada uma “Betty, a feia” na época da escola, ela decidiu arrumar os cabelos, levantar os peitos e ganhou um novo visual. Eliza hoje bomba nas redes sociais (pelo menos é o que ela diz), tem vários seguidores no Twitter, Instagram e Facebook e posta absolutamente tudo o que faz para que todos eles possam curtir e comentar. Até que um evento traumático faz toda essa “fama” prejudicar a garota, que passa a ser motivo de chacota no emprego e na web. Então ela vê que ser famosa nas redes sociais não é tudo na vida, que ela não tem amigos de verdade.

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Após perceber que Henry Higgs foi capaz de mudar a roupagem de um dos remédios com efeitos colaterais da empresa e levá-lo de novo ao sucesso, ela decide que ele tem que ajudá-la a mudar. Henry é claro que discorda inicialmente, mas vê em Eliza um projeto que ele pode dar conta. Só que o buraco é mais embaixo. Eliza é cheia de manias virtuais, não larga o celular, não é educada com as pessoas e acha que sempre estão falando dela. Sem contar que se veste como piriguete mesmo no trabalho e gera antipatia geral por parte da mulherada que sabe que ela dormiu com algumas pessoas do escritório. Não vai ser fácil para Henry mudar tudo o que é preciso em Eliza, mas ele vai tentar.

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O plot da série não tem tanto futuro assim, eu acho, e pela audiência podemos presumir que nem precisará ter. É uma comédia que trata de um assunto atual, que poderia ser mais interessante, mas Eliza é bitolada demais e isso enche o saco, às vezes. Porém, ser alguém virtual é como um vício, a pessoa quer checar tudo a toda hora, quer colocar fotos na web, quer curtidas, comentários… Vemos muitas Elizas pelas ruas e, algumas vezes, até somos ela.

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A química entre ela e Henry é ótima, gostei muito e até já torço para que eles tenham algum envolvimento, mas não sei se isso interferiria demais nos planos dos produtores para a série. Eliza tem que aprender a ser educada, se importar mais com as pessoas que estão perto dela em carne e osso e não naquelas que curtem suas fotos. Se for pensar bem, a premissa é interessante e atinge muita gente.

Henry também tem seus pecados. É workaholic, antissocial, mas acaba caindo na armadilha do Facebook, pelo menos por um momento, o que deixou o episódio em questão bem engraçado. Fiquei intrigada em saber o que mais Henry conseguirá mudar em Eliza, já que em algumas questões ela melhorou bastante. E me anima esse interesse em querer saber mais sobre o futuro dos personagens, o que não aconteceu muito com a série da Kate Walsh que comentei aqui semana passada ou retrasada.

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A série é da mesma criadora da cancelada Suburgatory, que eu gostava. Tem aquele toque de humor diferente, um pouco bobibnho às vezes, mas que é gostoso de curtir. Os nomes dos personagens são uma referência para Eliza Doolittle e Henry Higgins, os personagens principais de George Bernard Shaw em Pygmalion, mais popularizado pelo musical de 1956, My Fair Lady. Na peça e musical, Henry tem a tarefa de melhorar o status social de Eliza, e acaba conseguindo muito bem; um eventual relacionamento romântico entre os dois é insinuado, mas nunca mostrado.

Selfie estreou no Brasil no dia 8 de outubro, às 20h, na Warner.

 

Xoxo.