A novidade teen do catálogo do Amazon Prime, CRUEL SUMMER, tem os ingredientes certos para colar o telespectador na frente da TV (celular, notebook). Rodeada de mistério e suspense, com um toque de saudosismo aos anos 90 e muito drama adolescente, a série apresenta sua trama em três anos diferentes: 1993, 1994 e 1995. O tema central são duas garotas completamente diferentes que cruzam a vida uma da outra transformando tudo em uma grande confusão. Durante os 10 episódios da primeira temporada você precisa pesar e definir em quem acreditar. Jeanette Turner ou Kate Wallis?

Em quem acreditar?




No ano de 1993, Jeanette completa 15 anos e, como em todos os anos, é acordada por seu pai, rodeada de amor familiar nesse dia especial. Invisível para os colegas da escola - menos para seus dois melhores amigos -, ela traz lá no fundinho o desejo de ser popular, assim como sua musa inspiradora secreta, Kate. Jeanette usa óculos, aparelho nos dentes, usa o cabelo cacheado e roupas largas. Junto com Mallory e Vince planejam muitas coisas para aquele verão, que tem tudo para ser o melhor. Kate, por sua vez, é admirada por todos, tem um namorado dedicado, uma família maravilhosa, é perfeita. Pelos olhos dos outros.


Em 1994 quem acorda Jeanette é seu namorado, Jamie, o ex de Kate. Ela curte seu dia ao lado de suas amigas, que eram as melhores amigas de Kate. Assim como seus relacionamentos, o visual de Jeanette é completamente diferente. Sem óculos, sem aparelhos, cabelos lisos, roupas justas e sensuais. E Kate? Naquele verão completam meses que ela desapareceu, as buscas cessaram, as vidas continuaram. Até que ela é resgatada do cativeiro e vê sua vida sendo vivida por outra garota. 


O sombrio 1995 nos apresenta a vida sem brilho de ambas protagonistas, resultado de uma entrevista de Kate para a televisão, em que afirma que Jeanette a viu quando em cativeiro e não fez nada para ajudar. Jeanette nega tudo, mas passa a ser a pessoa mais odiada dos EUA. Naquele aniversário, não é acordada com nenhum ato de carinho ou amor. Seus cabelos estão curtos, seu rosto se mostra sem entusiasmo, está cheia de raiva e rancor. Para Kate as coisas também não vão bem, ela vê sua vida desmoronar com o peso de tudo que passou e com os segredos que carrega. Ela não é mais a mesma pessoa e não se encaixa mais na vida aparentemente perfeita de antes. Quem fala a verdade?





A grande sacada da série é apresentar os fatos de forma fragmentada e deixar bem claro como as coisas mudaram em três verões. Cada ano é apresentado de uma forma e deixa bem visível essa mudança, não apenas no visual das garotas, mas na fotografia das cenas. Em 1993 tudo parece claro e brilhante, cheio de possibilidades. Em 1994 há a mistura de esperança e confusão. Já 1995 é pura falta de brilho e escuridão. Um detalhe, não são apenas as duas que guardam segredos e eles são desvendados com o passar dos episódios.


A série não é maravilhosa, mas é muito boa e capaz de nos instigar a querer mais e não parar até descobrir tudo que o povo daquela cidade esconde. Como disse uma amiga - oi, San -, eu não amei, mas gostei. Vale conferir.